Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que d'antes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tam serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...
domingo, março 27, 2005
Este inferno de amar
Almeida Garrett, Folhas Caídas
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ocram
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3/27/2005 02:28:00 da manhã
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sábado, março 19, 2005
2º »a vida«
Convoco alguma figura execepcional, em breve serei o negativo de uma viagem.
Intimamente, não respeito o sistema de valores, sou alguem que é livre de um
modo inacessivel. O que distingue o meu passado de mim é a sombria personagem.
E, se o assunto sou EU, existe um léxico errante onde todas as palavras são válidas.
Por que razão não temo começar, ainda não posso saber. Nesse sentido, envelhecer
é lento enquanto o corpo explica tudo. A morte é alguem que vive a nosso lado.
Aquilo a que chamamos realidade é a superficie do que somos.
Isabel de Sá
(em O Duplo Dividido)
Publicada por
ocram
à(s)
3/19/2005 08:52:00 da tarde
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