sábado, abril 23, 2005

ÁREAS DE JURISDIÇÃO DA APDL



A área de jurisdição da APDL, SA, abrange a faixa marginal do domínio público marítimo, desde o enfiamento do eixo da Rua da Bélgica, na Praia de Lavadores, até ao paralelo do farol da Boa Nova, ao Norte do Porto de Leixões, e, compreende, além disso, as duas zonas seguintes:

a) Zona do Porto do Douro, que inclui todo o estuário do Rio Douro, desde 200 metros a montante da Ponte Luís I até à Foz, com todas as suas margens, ancoradouros, cais, docas e terraplenos existentes ou que venham a ser construídos.

b) Zona do Porto de Leixões, que abrange quebra-mares, a área molhada por eles circunscrita e as docas existentes ou a construir, o curso do Rio Leça até à antiga ponte dos moinhos de Guifões e a área terrestre delimitada pelo domínio público respectivo.

*
…e por isso deveriam respeitar o domínio público na foz do rio Leça, não bloqueando a antiga passagem.

Quem desce do Castrum Quiffiones pelo caminho do Monte Castelo, existia uma ponte romana que dava passagem para a outra margem até aos silos, ficou irremediavelmente destruída com umas cheias, não posso precisar o ano, mas que nunca ninguém se preocupou em manutenção ou reconstrução.

Permitem-me perguntar agora, de quem é a responsabilidade, pelo facto de tal perda visto constar aqui que a zona da ÁREA DE JURISDIÇÃO DA APDL é, e passo a transcrever, “…o curso do Rio Leça até à antiga ponte dos moinhos de Guifões…”.

Não concluo-o assim, EXIJO UMA RESPOSTA.

segunda-feira, abril 18, 2005

minha laranja amarga e doce




Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.

Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.

Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo em
ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.

Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.

Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.

Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.


Poema José Carlos Ary dos Santos
Foto autor desconhecido (net)

domingo, abril 03, 2005

OBRA EM PROGRESSO

Os (Trabalhos) Titulos,

rio leça (1)
rio leça (2)
rio leça (3)
rio leça (4)
rio leça (5)
rio leça (6)

foram transcritos do site da camara municipal de santo tirso.
http://www.cm-stirso.pt/

O proximo trabalho,

"Castrum Quiffiones"

rio leça (6)

Leça Humano

Desde tempos imemoriais o Homem ocupou as margens do Rio Leça, iniciando uma relação de simbiose que perdura até aos nossos dias. Os vestígios de ocupação pré-histórica da planície de Redundo, os vestígios castreiros do Monte Padrão, são um registo vivo do que resta das comunidades que ocuparam estas terras antes do início da nacionalidade. No castro de Monte Padrão a ocupação prolonga-se até à Idade Média, sinal de vitalidade da comunidade local. Junto ao rio são ainda hoje visíveis os sinais da sua utilização pelo Homem. Estruturas de carácter pré-industrial, moinhos, serras hidráulicas e pisões, povoam o percurso do rio Leça. Na documentação, outras informações nos chegam, da veneração ao rio e da sua utilização, como por exemplo, a construção do Rego dos Frades, canal de água construído durante a Idade Médio pelos monges beneditinos para trazer água do rio Leça para as terras do mosteiro, conduzindo-as até ao rio Ave, junto ao antigo mosteiro beneditino de Santo Tirso.

O recurso ai rio para fins agrícolas ainda hoje se mantém, desviando as populações a sua água para regar as vinhas e os campos de milho que actualmente povoam as margens deste curso de água. As inúmeras pontes que cruzam o Leça são um sinal dos tempos, o isolamento de antanho cede lugar a uma maior convivência entre as comunidades. Ao estreitar-se estes laços não se pode esquecer que foi o rio o primeiro elo de ligação, entre cada uma destas comunidades e todas as outras que povoam a região do alto Leça.

rio leça (5)

Leça Património e História

O rio enquanto corre é água e vida, mas o tempo que por ele passa, transforma-o. O Homem transforma-o, recorrendo às suas águas para colher alimento, para se dessedentar. Com os tempos ergue estruturas para aproveitar a força das suas águas, o vigor constante que faz funcionar os engenhos que constrói nas suas margens.

Mas é também esta oportunidade de vida, que desde os primeiros tempos de ocupação humana nas margens do rio Leça, permitiram ao homem subsistir e prosperar. Os vestígios da ocupação são inúmeros, a memória que subsiste permite-nos recordar as mamoas de Redundo, monumentos funerários megalíticos, localizados junto à nascente do rio. Vestígio da civilização megalítica, recordam-nos que este território é ocupado desde o terceiro milénio antes de Cristo.

Outros vestígios concorrem para tecer a memória da região. A ocupação castreja, que remonta à Idade do Bronze, permanece no castro do Monte Padrão até à Idade Média. Sinal de vitalidade do comércio e da coesão social da comunidade local. A administração monástica das terras do Monte Córdova, repartidos entre os beneditins de Santo Tirso e os beneditinos de Celanova, dá-nos a conhecer como este território foi organizado após a formação de Portugal.

Durante os tempos mais recentes vários solares se ergueram nas terras próximas do Leça, nos vales por onde este corre, as quais foram pertença do rei, dos nobres e do clero local.

rio leça (4)

Fauna / Flora

Na área compreendida pelas freguesias que integram no concelho de Santo Tirso a Bacia do Rio Leça existe uma grande diversidade de fauna e flora. Este facto é comprovado pela existência de 58 espécies de aves, 11 espécies de mamíferos, 10 de anfíbios, 4 de répteis e 5 de peixes.

É de salientar a presença de alguns endemismos ibéricos, como são as espécies de anfíbios: Rana iberica iberica, Triturus boscai Tritco de ventre laranja ou a Chioglossa lusitanica Salamandra Lusitânica. Existem ainda outras espécies importantes com base no livro vermelho dos vertebrados de Portugal

Verificou-se também a presença de uma espécie exótica: o Bico de lacre Estrilda astrild nas freguesias de Guimarei, Lamelas, Monte Córdova e Reguenga.

Por fim é de ressalvar que apesar de uma determinada espécie não se encontrar numa dada freguesia, não quer dizer que os biótopos que a constituem não a alberguem, bem pelo contrário, na medida em que as espécies faunísticas apresentam como característica uma elevada mobilidade e uma vez que a dimensão de cada freguesia não é considerável é então de pressupor que todas as espécies detectadas estejam presentes nas restantes freguesias.

No que concerne à Flora , apesar das freguesias junto ao rio Leça não serem férteis em endemismos, algumas espécies merecem referência. A presença do feto-macho Dryopteris guanchica nas freguesias de Água e Monte Córdova, em locais ensombrados e junto a cursos de água é de assinalar, devido à relativa raridade da espécie e ao facto de se tratar de uma localização nova para a região.

Entre os endemismos encontrados valerá mencionar a Centáurea nigra susp. rivularis e o Arranha-lobos Genista berberidea que apesar de não serem raros se encontram ligados a habitats de grande interesse. A Centáurea nigra susp. rivularis encontra-se em grande quantidade num lameiro de Agrostio-Arrenarherum bulbosi, junto ao rio Leça, na freguesia de Monte Córdova.

O Arranha-lobos Genista berberidea encontra-se também em grande quantidade num higrófilo na freguesia de Lamelas.

É de mencionar igualmente a presença de uma nova espécie para a flora portuguesa. Trata-se do Luronium natans, espécie encontrada no resto da Europa, mas cuja distribuição não chega a Portugal. Provavelmente escapada de cultura de aquário esta espécie foi encontrada em represas e tanques de águas paradas nas freguesias de Carreira, Guimarei e Monte Códova.

rio leça (3)

Rede Hidrográfica da Bacia do Leça

A Bacia Hidrográfica do Rio Leça desenvolve-se a partir do planalto do Monte Córdova, com uma altitude máxima de 570 metros, até ao vale do Leça, cujo rio corre no sentido norte.sul, compreendendo as freguesias agrícolas do sudeste do concelho de Santo Tirso: Monte Córdova, Refojos de Riba D’Ave, Reguenga, Agrela e Água Longa, Guimarei, Lamelas e Carreira.

A sua bacia apresenta características muito diversas nos seus 180 Km2, que a distinguem das outras bacias da região Norte, designadamente ao nível da ocupação do solo e nos seus aspectos sócio-económicos. Caracterizam-na uma elevada densidade industrial e urbana a jusante, alternando áreas pouco povoadas, essencialmente agrícolas e manchas de vegetação a montante.

sexta-feira, abril 01, 2005

rio leça (2)

A Vegetação

Carvalhais
Devido ao facto de se tratar de uma zona densamente ruralizada, são notórias as transformações na vegetação inicial, sendo vários os factores que concorrem para esta transformação, Em primeiro lugar, a maior parte dos solos foram adoptados para práticas agrícolas. Em segundo lugar, grande parte da área não cultivável foi revestida por monoculturas florestais, como por exemplo, o eucalipto. No entanto, pequenas áreas conservam ainda a vegetação primitiva: os carvalhais.
Os carvalhais melhor conservados encontram-se na freguesia de Monte Córdova. Aí, junto ao rio Leça, encontram-se carvalhais de transição para amieirais, caracterizados pela abundância de fetos, situação diferente dos carvalhais termófilos, das zonas mais soalheiras. Estes últimos encontram-se em abundância na freguesia de Guimarei.

Matos
Os matos são comunidades de transição que fazem parte da sucessão ecológica que se verifica após, por exemplo, o corte de uma mata ou um fogo florestal. O tipo de mato mais abundante na zona do rio Leça é Ulici europaei-Ericetum cinareae, caracterizado pela presença do Tojo Arnal Ulex europaeus subsp. Tojo-arnal, da Torga Erica cinerea e Erica umbellata, e do Tojo molar Ulex minor.

Nas zonas xistosos de solos pouco profundos, surge uma comunidade que se diferencia da anterior pela maior dinâmica de Torga Erica umbellata e pela presença do endemismo Galaico-Lusitano, e o Tojo gatenho Ulex micranthus. Nas zonas mais húmidas e onde os solos atingem profundidades suficientes, aparece o tipo a associação Cirsio filipenduli-Ericetum ciliaris Br-BI, dominada pelo Tojo molar Ulex minoris e a Lameirinha Erica ciliaris.

rio leça (1)

Leça Ambiental

O rio Leça nasce na Serra da Agrela, concelho de Santo Tirso, junto ao lugar de Santa Luzia, a uma altitude de 475 metros. Ao iniciar o seu percurso para a foz este rio percorre 43 Km, desaguando em Leixões, concelho de Matosinhos. Com uma área de aproximadamente 180 Km2, a bacia hidrográfica do rio Leça é limitada a Norte pela bacia do Rio Ave e a Sul pela bacia do Rio Douro. O Leça percorre cerca de 18 Km desde a nascente até à sua saída do concelho de Santo Tirso, na fértil planície de Agrela / Água Longa.
O rio caracteriza-se por uma altitude média baixa entre 100 e 200 metros, contudo, junto à nascente, a altitude ronda os 200-400 metros. Geologicamente é caracterizado pela existência de uma grande zona de rochas graníticas, a que perifericamente se formam depósitos mais recentes, os quais se encontram ao longo do rio, constituindo terraços fluviais. A temperatura média anual é de 14º C, a pluviosidade média é de 1192 mm, com valores superiores a 1600 mm nas zonas mais elevadas, a montante. A humidade relativa média é na ordem de 80%. O terreno é ocupado fundamentalmente por floresta de pinheiros e eucaliptos, subsistem ainda os carvalhais cuja acção protectora dos cursos de água e regularizadora de caudais é muito importante. O Carvalhal de Valinhas, Quercus robur L. pelo interesse da espécie e estado de conservação foi classificado de interesse público em 1940.
A presença da floresta e a existência de uma grande percentagem de coberto vegetal é importante para a regularização e protecção dos cursos de água. Também a presença da vegetação marginal contribui para esta regularização bem como para a manutenção da actividade biológica.
A vinha predomina na paisagem, no rio pode-se encontrar barbos, trutas e escalos. A presença do rio torna-se mais notada à medida que se avança para a foz, os afluentes juntam-lhe águas e o rio alcança um maior porte. No concelho de Santo Tirso o único afluente digno de registo é o ribeiro de Pisões, que passa pela freguesia de Água Longa.

verdades...

"Se vc tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades,
teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando.
Eu falei muitas vezes como palhaço,
mas nunca desacreditei da seriedade da platéia que sorria."

¤ Charles Chaplin

domingo, março 27, 2005

Este inferno de amar

Este inferno de amar - como eu amo!
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que d'antes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tam serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz?
- Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...


Almeida Garrett, Folhas Caídas

sábado, março 19, 2005

2º »a vida«

Convoco alguma figura execepcional, em breve serei o negativo de uma viagem.
Intimamente, não respeito o sistema de valores, sou alguem que é livre de um
modo inacessivel. O que distingue o meu passado de mim é a sombria personagem.
E, se o assunto sou EU, existe um léxico errante onde todas as palavras são válidas.
Por que razão não temo começar, ainda não posso saber. Nesse sentido, envelhecer
é lento enquanto o corpo explica tudo. A morte é alguem que vive a nosso lado.
Aquilo a que chamamos realidade é a superficie do que somos.

Isabel de Sá
(em O Duplo Dividido)